Escândalos de Elisabeth - Eléonore Fernaye

Livro: Escândalos de Elisabeth
(Scandaleuse Elisabeth)
A Família D'Arsac #1
Autor (a): Eléonore Fernaye
Número de Páginas: 226
Editora: Bezz
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Sinopse: Paris, 1778.
A bela Elisabeth Arsac atrai milhares de olhares, porém, esta jovem mulher rejeita todos os pretendentes, porque quer preservar sua independência e evitar as inconveniências do casamento. No entanto, em um baile de máscaras, ela cai nos encantos de um americano sedutor, com quem trava uma galante conversa.
Então, ela se joga de cabeça em um caso clandestino, que é interrompido quando ele pede sua mão. Elisabeth não tem a menor intenção de aceitar um marido, mas o destino pode ter decidido de outra forma...

RESENHA por Lili Aragão.

Leque Rosa é o selo da Editora Bezz para publicação de romances de época. E Escândalos de Elisabeth é o segundo romance que leio por ele e fico bem feliz por termos mais uma editora trazendo autoras diferentes dentro desse gênero para o Brasil.

No livro vamos acompanhar a história de Elisabeth, uma francesa ousada que, ao participar de um baile de máscara mal afamado, encontra-se com Henry Wolton, um americano que está de passagem pelo país. Estando mascarados, eles se envolvem em um momento íntimo sentindo-se seguros por terem suas identidades ocultas. Porém, o destino os coloca de novo frente a frente e não é difícil para eles se reconhecerem. O mesmo destino insiste em continuar a colocá-los em encontros não programados de modo que o envolvimento entre eles torna-se quase impossível de não ocorrer.

O romance entre os dois vai conquistar aliados, mas a diferença de classes entre eles vai ser um dos grandes obstáculos que terão que enfrentar.

Elisabeth d’Arsac tem 22 anos e é considerada velha no mercado de casamento por parte de sua família nobre, que vem insistindo para que ela aceite um dos muitos pedidos de casamento que recebe. Mas essa protagonista é daquelas cheias de atitude, que preza sua independência acima de tudo e não planeja aceitar um matrimônio onde se sentiria presa e nem ao menos conseguiria expor suas opiniões, ao menos é o que ela pensa que surja de um casamento.

Ela é particularmente singular em meio as protagonistas de época, racional, ousada, curiosa, independente, orgulhosa, a última que coisa que eu faria seria acusá-la de ser aquela personagem cheia de “mimimi” e sinceramente isso me agradou bastante.

As mulheres francesas com certeza não eram nada inocentes.

A falta da educação apropriada para as mulheres na época é um tema debatido através da figura dela, que ajuda a quem pode e tem como sonho ter uma escola para jovens. Seu desejo é que as mulheres tenham os mesmos direitos a educação dos homens, um pensamento mal visto ao ser proferido por uma mulher na ocasião e um dos fatores que me fizeram admirar, e muito, nossa protagonista, que demonstra-se forte e determinada.

- Eu acho que todos devem aprender a ler e a escrever, a exercer uma função. Acima de tudo, penso que deveríamos poder casar com alguém de quem gostamos, não apenas para preservar nossa reputação ou garantir nossa existência.

Henry Wolton é americano, forasteiro e plebeu, a última pessoa que Elisabeth pensaria ter permissão de seu pai para desposá-la, mas a atração entre eles é latente e instantânea e o romance inevitável.

Ao passo que Elisabeth é racional, Henry é emocional, guarda segredos sobre as circunstâncias de sua chegada à França e é responsável por grande parte do drama que se dá para movimentar o desfecho da história.

Escândalos de Elisabeth me causou alguma estranheza inicialmente por não estar habituada aos nomes franceses (Félicite, La Ferté, d’Arsac, d’Artois), mas a história logo envolve e encanta e me vi torcendo por seus protagonistas rapidamente. A escrita de Eléonore é sugestiva e sensual, mas sem ser vulgar e a trama é movimentada.

A meu ver a autora soube ambientar muito bem o leitor dentro do contexto histórico da França na época, inserindo curiosidades como a permanência de Benjamim Franklin, embaixador americano no país, e citando a revolução americana e a participação da França na causa. Além de destacar costumes, atitudes e locais.

Esse é o primeiro livro de uma trilogia de nome A Família d’Arsac. É curtinho, tem 226 páginas, dá para ler bem rapidinho e a experiência da leitura mostrou-se muito boa e encantadora, espero mesmo que venham outros livros dessa autora por aqui. Já vi a capa do segundo volume dessa trilogia rolando pela blogosfera e está linda, quero muito que esse selo nos proporcione outras ótimas leituras dentro desse gênero.

Série:
01. Escândalos de Elisabeth;
02. Audácia de Sarah;
03. Aventureuse Constance.

Outras capas: 



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